Fala pessoal, chegamos ao meio do ano de 2022 e, ainda cheios de incertezas, sobre Covid 19, economia do país, Tik Tok, e mais ainda, debatendo a forma como nos relacionamos com o mundo, com as pessoas e com aquilo que consumimos.
A polêmica mais recente, está no crescimento exponencial da famosa loja Fast Fashion chinesa Shein, que faturou 10 bilhões de dólares em 2020, 250% a mais, em comparação com o ano anterior. Logo vimos, muitos comentários sobre ela ser uma vilã, que está abarrotando o deserto do Atacama com descarte de tecidos e peças de coleções passadas, acusações de trabalho análogo a escravidão e por cópias e plágios de grandes marcas de luxo.

Sabemos que todo o mercado de moda tem problemas em sua cadeia de suprimentos, e que, muito antes das gigantes chinesas de varejo existirem, as marcas de roupas tanto de luxo, quanto competitivas jogam fora, toneladas de roupas das coleções passadas, principalmente as marcas de luxo, que não querem ter sua imagem comprometida, fornecendo seu produto para aqueles, que não tem poder aquisitivo para tal, queimando bolsas de mais de R$ 30 mil reais.
Sobre as acusações de trabalho escravo, não se tem nenhuma acusação formal neste sentido junto a Shein, diferente de muitos casos que já foram relatados entre marcas como Adidas, Zara, Nike e, não precisamos ir tão longe, a brasileira Renner também recebeu acusações de ter em sua confecção, explorado 37 costureiros bolivianos em regime de escravidão. No meu primeiro casamento, meu ex-marido trabalhava com confecções e tinha amigos bolivianos, cada etiqueta, aplicada com o nome Zara, Lelis Blanc, etc custava apenas R$ 0,40 centavos por peça e sabemos que na loja, os custos são bem mais altos.

E muito além de, vestir uma pessoa, as roupas são a expressão de uma personalidade, um estilo, uma tribo, e principalmente, ela abre portas. As marcas de luxo se tornaram o suprassumo da divindade na terra, percebemos isso, ao ver como os unboxings funcionam, e nada mais justo, que se eu não tenho como comprar o original, o “fake vai funcionar”, dentro da minha realidade. Segundo o Antropólogo Michel Alcoforado, ter produtos de luxo, ultrapassa o limite do status, ele abre portas para universos sociais inexploráveis. E a Antropóloga Valéria Brandini complementa, que este item de luxo, se comporta como um código para o indivíduo e posiciona ele dentro de um grupo. Porém, apenas 4% da população tem din din para consumir marcas de luxo, 64% da população tem renda média familiar R$ 2.994,00 mil reais, isso quer dizer, que essa galera, está preocupada em se alimentar, ter moradia e sobreviver.

A Nathalia do Bbb 22 fez um comentário pertinente junto ao Thiago Abravanel, estavam falando sobre um tênis, e ela falou: “Que tênis bacana! Estavam usando um tênis patrocinado pela marca C&A, são caros para sua realidade, segundo ela, em torno de R$ 150 reais, isso mostra como existe um abismo quando falamos de acesso a moda bonita, descolada a preço acessível, sem contar as pessoas do plus size, que encontraram na marca Shein, a democratização dos looks a preços que todos podem pagar.

Então, qual a solução?
Do ponto de vista coletivo, a indústria de consumo, precisa repensar suas formas de comercializar seus produtos. Já para nós, mortais assalariados, precisamos nos conhecer melhor, saber o que combina com nosso estilo e personalidade e qual imagem queremos passar para o mundo, conscientes disso, vamos comprar peças que tenham menor impacto ambiental, em lojas que acreditamos, sem precisar pagar mais caro por isso, porque também temos que pensar no impacto social, comprando o que cabe em nosso orçamento, conhecendo tecidos, tendências passageiras e principalmente sua identidade. Afinal, o que suas roupas dizem sobre você, nesse mundão de Meu Deus?